Marcelo Camargo/Agência Brasil
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Hoje, pelo menos 12 bolsonaristas de Santa Maria e região seguem presos. Há 19 dias, após audiências de custódia, o STF concluiu a análise das prisões pelos atos de 8 de janeiro. A partir daí, 942 pessoas tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e 464 passaram a responder o processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas. Com a decisão, sete pessoas que saíram de Santa Maria foram liberadas.
Relembre os acontecimentos
Vidraças quebradas, telas pintadas por artistas renomados rasgadas, computadores estraçalhados e paredes pichadas foram algumas das cenas do ataque antidemocrático que repercutiram internacionalmente. Em alguns casos, os vândalos até gravaram o momento da depredação e publicaram nas redes sociais. Vídeos como o de uma moradora de Tubarão, em Santa Catarina, de 67 anos, defecando na sede do STF foram amplamente divulgados como uma representação do que foi o 8 de janeiro de 2023. Um taxista e ex-candidato a vereador de Santa Maria também registrou em vídeo a participação nos ataques de vandalismo:
Em Santa Maria, no dia 6 de janeiro, um ônibus com mais de 40 bolsonaristas saiu em direção a Brasília com a intenção de participar das, até então, manifestações, assim como acampar em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro. Segundo o motorista e proprietário da empresa contratada, o grupo chegou ao destino no domingo à noite, após a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes. O custo da viagem foi de cerca de R$ 29 mil.
Ainda que não tivessem participado do ataque, vídeos como os publicados pela empresária bolsonarista Tatiane Marques, mostram que centenas de pessoas permaneciam no acampamento em Brasília quando o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a desocupação total de locais do tipo.
No dia 16 de janeiro, um dos santa-marienses presos, o empresário Eduardo Zeferino Englert, teve o pedido de liberdade negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF. O pedido foi protocolado pela defesa de Englert. Na ocasião, os advogados alegaram que ele não tinha relação com o financiamento dos atos, pagou a passagem de ônibus com os próprios recursos para participar pacificamente da manifestação e chegou em Brasília após os atos de vandalismo.
À época da prisão, a filha da empresária Ivett Maria Keller, que teve a prisão convertida para preventiva, afirmou que a mãe não teria participado dos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro, e que o caso estava sendo acompanhado por um advogado contratado pela família.
Pessoas que tiveram prisão preventiva decretada
Maria Janete Ribeiro Almeida
Tatiane da Silva Marques
Holvery Rodrigues Bonilha
Alice Terezinha Costa da Costa
Ivett Maria Kellner
Sonia Maria Streb da Silva
Ademir da Silva
Eliane de Jesus da Silva Oliveira
Carlos Alexandre Oliveira
Silvio da Rocha Silveira
Cláudio Antônio Mesquita Peralta
Eduardo Zeferino Englert
Pessoas que obtiveram liberdade mediante cautelares
Elizandra dos Santos Rodrigues
Diovana Vieira da Costa
Valquiria Mariza Dias Jahnke
João Moisés Ritta Reges
José Alencar Reichert
Cassiano Alves dos Santos
Everton Streppel Segala
Outros nomes divulgados pela Seape
Ricardo Augusto Bock foi preso
Leozangela Almeida Aniola
*A reportagem busca localizar as defesas dos demais acusados para atualizar sobre a situação.