Um mês após o ataque às sedes dos Três Poderes, 12 bolsonaristas que saíram de Santa Maria seguem presos

Leandra Cruber

Um mês após o ataque às sedes dos Três Poderes, 12 bolsonaristas que saíram de Santa Maria seguem presos

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.

Há um mês, centenas de bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal (DF), e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal. Após o ataque organizado como uma tentativa de golpe de Estado e que deixou um rastro de destruição com prejuízos milionários, cerca de 1,4 mil pessoas foram presas. Desses, pelo menos 21 pessoas, entre santa-marienses e moradores de outras cidades do Rio Grande do Sul que estavam no ônibus que saiu da cidade, de acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape), foram encaminhados às penitenciárias de Brasília. 

Hoje, pelo menos 12 bolsonaristas de Santa Maria e região seguem presos. Há 19 dias, após audiências de custódia, o STF concluiu a análise das prisões pelos atos de 8 de janeiro. A partir daí, 942 pessoas tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e 464 passaram a responder o processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas. Com a decisão, sete pessoas que saíram de Santa Maria foram liberadas. 

Relembre os acontecimentos

Vidraças quebradas, telas pintadas por artistas renomados rasgadas, computadores estraçalhados e paredes pichadas foram algumas das cenas do ataque antidemocrático que repercutiram internacionalmente. Em alguns casos, os vândalos até gravaram o momento da depredação e publicaram nas redes sociais. Vídeos como o de uma moradora de Tubarão, em Santa Catarina, de 67 anos, defecando na sede do STF foram amplamente divulgados como uma representação do que foi o 8 de janeiro de 2023. Um taxista e ex-candidato a vereador de Santa Maria também registrou em vídeo a participação nos ataques de vandalismo:

Em Santa Maria, no dia 6 de janeiro, um ônibus com mais de 40 bolsonaristas saiu em direção a Brasília com a intenção de participar das, até então, manifestações, assim como acampar em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro. Segundo o motorista e proprietário da empresa contratada, o grupo chegou ao destino no domingo à noite, após a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes. O custo da viagem foi de cerca de R$ 29 mil.

Ainda que não tivessem participado do ataque, vídeos como os publicados pela empresária bolsonarista Tatiane Marques, mostram que centenas de pessoas permaneciam no acampamento em Brasília quando o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a desocupação total de locais do tipo. 

No dia 16 de janeiro, um dos santa-marienses presos, o empresário Eduardo Zeferino Englert, teve o pedido de liberdade negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF. O pedido foi protocolado pela defesa de Englert. Na ocasião, os advogados alegaram que ele não tinha relação com o financiamento dos atos, pagou a passagem de ônibus com os próprios recursos para participar pacificamente da manifestação e chegou em Brasília após os atos de vandalismo.

À época da prisão, a filha da empresária Ivett Maria Keller, que teve a prisão convertida para preventiva, afirmou que a mãe não teria participado dos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro, e que o caso estava sendo acompanhado por um advogado contratado pela família.

Pessoas que tiveram prisão preventiva decretada

Maria Janete Ribeiro Almeida

Tatiane da Silva Marques

Holvery Rodrigues Bonilha

Alice Terezinha Costa da Costa

Ivett Maria Kellner

Sonia Maria Streb da Silva

Ademir da Silva

Eliane de Jesus da Silva Oliveira

Carlos Alexandre Oliveira

Silvio da Rocha Silveira

Cláudio Antônio Mesquita Peralta 

Eduardo Zeferino Englert

Pessoas que obtiveram liberdade mediante cautelares

Elizandra dos Santos Rodrigues 

Diovana Vieira da Costa

Valquiria Mariza Dias Jahnke

João Moisés Ritta Reges 

José Alencar Reichert 

Cassiano Alves dos Santos

Everton Streppel Segala

Outros nomes divulgados pela Seape

Ricardo Augusto Bock foi preso

Leozangela Almeida Aniola 

*A reportagem busca localizar as defesas dos demais acusados para atualizar sobre a situação.

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